Cerca de 200 indígenas fizeram uma passeata, nesta segunda-feira (13), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para cobrar do governo federal a conclusão da demarcação de terras indígenas no Brasil antes do início da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima. O ato foi organizado pela Apib, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, e começou em frente ao Museu Nacional, seguindo até as proximidades do Ministério da Justiça. 

De acordo com o coordenador executivo da Apib, Dinamam Tuxá, cerca de 107 terras indígenas estariam aptas para demarcação: 

“Nós estamos com uma demanda, que é uma demanda histórica, que é a demarcação das terras indígenas. Neste momento, em que está se discutindo a COP30 no Brasil, nós viemos cobrar do presidente Lula a demarcação das terras indígenas. Também ao ministro da Justiça, as portarias declaratórias. Neste momento, nós temos um mapeamento, que são dados oficiais do próprio governo, que 107 terras indígenas estão aptas a serem tanto demarcadas quanto homologadas.”

A manifestação faz parte da "Pré-COP Indígena", que ocorre em paralelo ao evento preparatório para a COP30 e reúne delegações e negociadores do clima em Brasília nesta semana.

Crise climática

Segundo Dinaman Tuxá, a proteção desses territórios tradicionais representa uma solução concreta para a crise climática, além de ressaltar que a sociedade precisa ter uma visão mais ampla sobre o papel dos indígenas na proteção das florestas.

“Todo mundo reclama quando tem enchente, todo mundo é impactado quando tem uma seca severa, quando tem queimadas, sente o impacto das mudanças climáticas, mas não quer buscar formas e mecanismos eficazes ou não aceita a demarcação como uma forma eficaz para conter a crise climática. E aí não sou eu que estou falando, são estudos das grandes universidades do mundo que apontam que os povos indígenas fazem parte da solução para conter a crise climática”, ressalta.

Durante o ato na Esplanada, os manifestantes levaram um documento simbólico do tamanho de uma quadra de vôlei e uma caneta de cinco metros para representar a formalização dos territórios indígenas.